A dor crônica é um problema de saúde muito frequente e complexo, que afeta significativamente a qualidade de vida de quem é acometido por ela. Embora seja, geralmente, pensada como um problema médico, a psiquiatria também tem um papel importante para a compreensão e tratamento deste problema.
É definida como dor persistente ou recorrente, que dura mais de três meses. Pode ser causada por uma ampla variedade de condições médicas, incluindo lesões, doenças inflamatórias e condições neurológicas. Além disso, a dor crônica pode ser agravada por fatores psicológicos, como estresse, ansiedade e depressão.

Dor crônica e saúde mental

A relação entre dor crônica e saúde mental é bidirecional. Por um lado, ela pode levar a transtornos psíquicos, como ansiedade e depressão, que podem agravar a dor. Por outro lado, esses transtornos – a ansiedade e a depressão –  podem aumentar a sensibilidade à dor e agravar a dor crônica.

É um problema que também pode afetar a função social e profissional das pessoas, levando a isolamento social, baixa autoestima e perda de renda. Além disso, pode ser difícil de tratar e o indivíduo com o problema frequentemente experimenta uma série de tratamentos sem sucesso antes de encontrar alívio.

Uma abordagem mais eficaz para tratamento envolve uma abordagem multidisciplinar que inclui tratamentos médicos, psicológicos e físicos. Os tratamentos médicos incluem medicamentos, terapias físicas e procedimentos como bloqueios nervosos e Estimulação Magnética Transcraniana (EMT). 

Psicologia no tratamento da dor crônica

A psicoterapia é uma importante aliada no tratamento da dor crônica, ajudando quem sofre a lidar com o estresse, a ansiedade e a depressão associadas a ela, e melhorar sua capacidade de lidar com a dor.

Diversas linhas de psicoterapia contribuem com esse tipo de tratamento, como a  terapia comportamental, que foca nas habilidades de gerenciamento da dor.

Dor incapacitante, mas com tratamento

A dor crônica é frequentemente caracterizada por uma combinação de sintomas físicos e emocionais, incluindo dor física, insônia, fadiga, ansiedade e depressão. Ela não afeta apenas a qualidade de vida das pessoas, mas também tem influência direta na saúde mental. De acordo com estudos recentes, pessoas com esse mal apresentam um risco maior de desenvolver problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. Pode ser debilitante, tornando difícil realizar atividades cognitivas e lidar com o estresse. Isso pode levar a uma sensação de perda de controle sobre a vida e aumentar os episódios depressivos e ansiosos. 

Além disso, a dor crônica também pode interferir na capacidade de lidar com os problemas emocionais. A dor física constante pode ser exaustiva e dificultar a concentração em outras questões emocionais, como relacionamentos e problemas financeiros. Isso pode causar  uma sensação de isolamento e aumentar ainda mais os transtornos psíquicos. 

Para tratar o problema e sua relação com a saúde mental, é importante que os pacientes recebam um tratamento abrangente que inclua abordagens físicas e psicológicas, que incluam psicoterapia, medicamentos para a dor, fisioterapia e outros tratamentos terapêuticos.
A estimulação magnética transcraniana é uma importante ferramenta para ser utilizada no tratamento desse quadro. Além disso, é importante que pacientes com dor crônica tenham suporte emocional de familiares e amigos, bem como de grupos de apoio.